quarta-feira, março 01, 2006

Vergílio Ferreira morreu há dez anos


Pai do romance contemporâneo português

Dez anos depois da morte de Vergílio Ferreira, o escritor é um dos marcos da literatura portuguesa. Os clássicos «Aparição» e «Manhã Submersa» continuam a ser obras de leitura obrigatória. Faleceu a 1 de Março de 1996 e foi sepultado «virado para a serra», como sempre quis.

Vergílio António Ferreira nasceu a 28 de Janeiro de 1916, em Melo, concelho de Gouveia. Aos dez anos entrou para o seminário do Fundão, onde estudou durante 6 anos. Nasce aqui o tema central do famoso filme de «Manhã Submersa», onde representa o papel de reitor.

Muito cedo começou a dedicar-se à poesia, acabando por entrar para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O seu primeiro romance, «O Caminho Fica Longe», foi escrito em 1939, ainda antes de terminar a licenciatura em Filologia Clássica.

Aos 26 anos começou a sua vida de professor liceal, que seria marcada por duas épocas distintas: a sua estada em Évora (1945-1958) - que entrou para o nosso imaginário através de «Aparição» - e a sua vinda para Lisboa (1959), onde ensinou no Liceu Camões até à sua reforma.

Em 1959, funda o romance contemporâneo português com a sua obra mais conhecida, «Aparição», acabando por receber o Prémio «Camilo Castelo Branco», da Sociedade Portuguesa de Escritores.

A partir de «Nítido Nulo», em 1971, a ironia começa a marcar o tom da sua obra. Doze anos depois publica «Para Sempre» e em 1987 sai «Até ao fim». Entre 1980 e 1994, publicou ainda os diários «Conta-Corrente». Já com 80 anos lança o seu último livro, «Cartas a Sandra» .

A 1 de Março de 1996, Vergílio Ferreira faleceu na sua casa, em Lisboa. Foi sepultado na aldeia onde nasceu, Melo, «virado para a serra» como sempre desejou.


Fonte: Expresso Online

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