quarta-feira, março 29, 2006

SIS alerta empresas para espionagem económica


As empresas portuguesas não têm uma cultura de protecção da sua informação interna e estão vulneráveis à espionagem económica. O alerta é do Seviço de Informações e Segurança (SIS), que considera haver motivos para que as empresas redobrem os cuidados nesta área.

Segundo o SIS, "a par da persistência da recolha de informações nas tradicionais áreas política e militar, verificou-se um aumento de interesse e das actividades da generalidade dos serviços de informações nas áreas económica e da ciência e tecnologia". Em Portugal, as empresas de software, moldes, e os sectores da banca, energia e águas são apontados como os mais vulneráveis.

Este alerta consta da renovada página do SIS na Internet (www. sis.pt) e fonte da "secreta civil" disse ao DN que se foi tomada a opção para difundir a mensagem é porque foram detectadas movimentações nesta área. Aliás, o SIS adianta que, "se esta realidade [espionagem económica] é mais visível nos países com economias de maior dimensão e mais competitivas, também o nosso país é alvo de espionagem económica".

De acordo com o texto do SIS, na espionagem económica, além dos serviços de informações que operam para outros países, "detectou-se o recurso a entidades privadas para desempenhar determinadas operações". Os serviços de informações falam mesmo na utilização de "equipamentos de intercepção de comunicações" e na "captação de imagens ou de som".

Serviços devem recolher informação no estrangeiro

Perante o alerta do SIS, os empresários contactados pelo DN aplaudem a "abordagem preventiva" do SIS mas, ao mesmo tempo, reclamam uma maior pró-actividade dos serviços de informações portugueses na recolha de informação económica no estrangeiro. Joaquim Cunha, presidente da Associação PME Portugal, afirma: "Ao contrário de Portugal, a Espanha tem uma rede diplomática de captação de informação brutal. O Estado deve fazer o que os outros fazem: não só ajudar a proteger a informação das empresas portuguesas, mas também promover contactos e oportunidades de negócio no exterior."

Já Henrique Neto, empresário do sector dos moldes, adiantou ao DN que nas suas empresas cumprem-se já regras básicas de segurança, como o acesso restrito a determinadas informações. No que diz respeito à protecção do conhecimento produzido em Portugal, o empresário defende uma alteração no registo de patentes, penalizando severamente as cópias.

Fonte: Diário de Notícias

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