domingo, janeiro 08, 2006
Aumentam agressões à PSP
Nos primeiros nove meses de 2005 (entre Janeiro e Setembro, inclusive), 690 profissionais da PSP foram agredidos em serviço. Três deles foram mesmo mortos a tiro. Um aumento de 116 casos em relação ao mesmo período de 2004, quando ‘apenas’ 574 agentes foram agredidos quando vestiam a farda. Nesse ano não se registou qualquer morte.
Na estatística relativa aos primeiros nove meses de 2005 já estão incluídas as mortes dos agentes Ireneu Diniz, António Abrantes e Paulo Alves, todos da PSP da Amadora e abatidos a tiro no desempenho das funções. Falta, no entanto, averbar a morte de Sérgio Martins, chefe da PSP de Lagos, ocorrida em Dezembro às mãos do gang de assaltantes chefiado por ‘Pecas’. Faltam ainda as agressões de que dezenas de agentes foram alvo nos últimos três meses do ano.
“Além das mortes em serviço, os números incluem feridos graves, ligeiros, e sem necessidade de tratamento hospitalar”, disse ao CM fonte da PSP. Números definitivos só serão conhecidos no Relatório de Segurança Interna.
Quem irá fazer parte destas estatísticas é o agente Queirós. Este elemento da 11.ª esquadra da PSP de Lisboa fazia, a 10 de Dezembro, uma patrulha quando detectou um Honda Civic suspeito, na Morais Soares.
Ao ver o carro-patrulha, o condutor da viatura acelerou. Metros depois, na Rua José Falcão, os dois suspeitos abandonaram o carro, separando-se na fuga.
O agente Queirós separou-se também do seu colega, perseguindo um dos detidos até à Rua António Pedro. No momento em que foi interceptado, o fugitivo, um cabo-verdiano de 18 anos, sacou de uma navalha, esfaqueando o agente na cabeça, no lado direito da cara, e no peito, a centímetros do coração.
Mesmo ferido, o agente Queirós conseguiu, com a ajuda de um colega à paisana e de populares, prender o indivíduo que apenas ficou sujeito a apresentações periódicas à PSP.
Quase um mês depois do acidente, o agente Queirós ainda está de baixa. Ostenta uma cicatriz profunda na cara, e corre o risco de ficar desfigurado para o resto da vida.
MAIS VIOLÊNCIA E MENOS MORTOS
Com 8 milhões de residentes e um número de crimes superior a Portugal (550 homicídios, 1697 violações e 23 239 roubos com violência até 20 de Dezembro), a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, teve, em 2005, apenas dois agentes do seu departamento de polícia assassinados a tiro, contra os quatro registados pela PSP (três na Amadora e um em Lagos).
Apesar do ‘reduzido’ número de baixas, a reacção das autoridades foi rápida. Foram contratados mais 100 agentes – com um orçamento de 24 milhões de dólares – para fazer cumprir a recém-aprovada lei contra a posse ilegal de armas (15 mil são apreendidas todos os anos em Nova Iorque, pouco mais de 3 mil em Portugal) e dada maior liberdade aos agentes para usar a arma. Para isso, 27 mil polícias tiveram aulas de tiro.
PORMENORES
SEM CARTA
E. Tavares, o agressor do agente Queirós, é um cabo-verdiano de 18 anos, residente na zona do Lumiar, em Lisboa. Sentou-se ao volante do Honda Civic sem ter carta de condução.
ASSISTÊNCIA
Não se sabe quando o agente Queirós regressará ao trabalho. Para já, permanece em casa, e visita periodicamento o centro clínico da PSP de Lisboa, onde recebe assistência médica.
SINDICATO
Para a Associação Sindical Independente de Agentes da PSP, as agressões a agentes só serão atenuadas quando os agressores forem punidos com penas de prisão efectivas.
Fonte: Correio da Manhã
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