quinta-feira, novembro 24, 2005

PROCESSO CASA PIA: Vítima ingeriu herbicida letal


'Nuno’, de 19 anos, uma das principais vítimas do processo Casa Pia, encontra-se internado num hospital da zona de Lisboa, por se ter tentado suicidar.

O jovem ingeriu Gramoxone, um dos herbicidas mais venenosos à venda em Portugal, mas que está proibido em países como a Suíça, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Hungria e Eslovénia, entre outros.

Segundo soube o CM, ‘Nuno’, que ainda não depôs no julgamento de pedofilia, tem prognóstico reservado, embora já tenha saído dos cuidados intensivos da unidade hospitalar onde se encontra desde a madrugada de domingo.

Fontes muito próximas do antigo casapiano adiantaram ao CM que ele está “consciente”, apesar de nas últimas horas ter sido submetido a vários tratamentos médicos delicados, como “lavagens ao sangue”. As mesmas fontes adiantaram, ainda, que a principal razão da atitude do jovem teve a ver com o facto de recentemente ter sido obrigado a recordar os “horrores por que passou” enquanto esteve na Casa Pia. Em causa estiveram razões de índole pessoal e familiar (discussão com a mãe) e o acórdão que confirmou a não ida de Paulo Pedroso a julgamento. ‘Nuno’ foi uma das vítimas que acusou de abusos o político do PS que os desembargadores Rodrigues Simão, Carlos Sousa e Mário Morgado consideraram não ter credibilidade.

Ontem de manhã Catalina Pestana foi visitar ‘Nuno’. Contactada pelo CM, a provedora recusou falar do estado de ‘Nuno’. Limitou-se a lembrar o que já havia dito em situações semelhantes – as vítimas de pedofilia, bem como todos os alunos da Casa Pia, podem deslocar-se à Provedoria sempre que tiverem qualquer problema.

O CM apurou que a juíza Ana Peres já foi informada do que sucedeu e que ‘Nuno’ também já fez questão de afirmar que, assim que estiver recuperado, irá prestar declarações.

PSIQUIATRA PREOCUPADO

Álvaro de Carvalho, psiquiatra que tem acompanhado alguns dos jovens que foram abusados, não escondeu ao CM estar preocupado com a lentidão do julgamento.

“É natural que os jovens que ainda não foram depor [como é o caso de ‘Nuno’] se sintam inseguros e ansiosos. É uma situação que a mim não me agrada nada.”

E acrescentou: “Quanto mais tardia for a intervenção deles em julgamento – que pode ser considerado uma forma de se sentirem ressarcidos pelos abusos que sofreram – mais descrentes ficam em relação à Justiça”.

A concluir, Álvaro de Carvalho observou que os jovens já ouvidos sentem-se “mais aliviados” e com a “esperança de que lhes façam Justiça”.

ACUSA CRUZ, DINIZ, 'BIBI' E PEDROSO

‘Nuno’ ingressou na Casa Pia em 1999. Tinha 13 anos. Durante as fases de inquérito e de instrução do processo de pedofilia assegurou ter sido abusado por Carlos Cruz, Paulo Pedroso, Ferreira Diniz e Carlos Silvino. Contou, ainda, que foi molestado na casa de Elvas, local onde garantiu ter-se cruzado com Gertrudes Nunes, Hugo Marçal e Manuel Abrantes.

OUTROS CASOS

TOMOU COMPRIMIDOS PARA DORMIR ('João A', 23 anos)‘

João A.’, uma das testemunhas que envolveu Paulo Pedroso e Jorge Ritto no escândalo de pedofilia da Casa Pia, foi a primeira vítima a tentar pôr termo à vida, logo apôs a divulgação do caso, em 2003.

Na altura, uma pessoa próxima do jovem referiu ao CM que ‘João A.’, então com 21 anos, “não aguentou a pressão” a que estava ser submetido, pelo que tentou o suicídio através da ingestão de comprimidos para dormir.

ATIROU-SE DE UM 2º ANDAR; ESPETOU FACA NA BARRIGA ('Jorge', 18 anos)

‘Jorge’, de 18 anos, jovem que acusa Ferreira Diniz e Carlos Silvino, tentou suicidar-se duas vezes desde que foi desencadeado o processo de pedofilia da Casa Pia. A primeira tentativa aconteceu em Abril de 2003: ‘Jorge ‘ atirou-se do segundo andar do Colégio para o pátio. “Ficou com a cara muito desfeita”, contou Catalina Pestana em tribunal.

A segunda tentativa foi levada a cabo em Junho passado, já decorria o julgamento. O jovem, considerado “especialmente vulnerável” e com um grande historial de internamentos psiquiátricos, espetou uma faca na barriga. Foi sujeito a uma delicada intervenção cirúrgica e esteve vários dias internado.

IN CORREIODAMANHA.PT

...MAS FIQUEMOS DESCANSADOS PORQUE, AFINAL DE CONTAS, ISTO É TUDO UMA "ENCENAÇÃO" E UMA "CABALA".

ACONTECE ATÉ, QUE JÁ TEMOS UMA DOUTA DECISÃO DE UM TRIBUNAL SUPERIOR QUE N(OS) TRANQUILIZA DIZENDO QUE AS DECLARAÇÕES DE ALGUNS DESTES "JOVENS ACTORES" NÃO TÊM QUALQUER CREDIBILIDADE...

DÚVIDAS NÃO EXISTEM QUE OS BONS AMIGOS NESTE PROCESSO SEMPRE SERVEM PARA AS HORAS MÁS (OU SERÁ PARA A BOA(-)HORA???).

ASSISTAMOS, ENTÃO, À FEITURA DA TÃO IMPLORADA "COSTUMADA JUSTIÇA", MAS AGUARDEMOS SENTADOS OU DEITADOS PORQUE A "PROCISSÃO", ESSA, AINDA NEM CHEGOU AO ADRO!...

1 comentário:

victor rosa de freitas disse...

"Encenações" e "cabalas" há e muitas.

Ora vejam:

Ao fim de 24 anos de funções como magistrado do Ministério Público, fui afastado de funções,em 27.02.03, em nome do “interesse público”, por “factos” de 10 a 14 anos antes, “factos” esses que dois Tribunais Superiores (a Relação de Lisboa, em 1ª instância e o STJ em sede de recurso) já disseram, com trânsito em julgado, serem inócuos e sem violação de qualquer dever do cargo.

Espero decisão de recurso no STA há mais de QUATRO ANOS E SETE MESES.

Afastado de funções.

Sem vencimento e sem qualquer segurança social e sem assistência médica e “proibido” de trabalhar.

Apesar das decisões referidas da Relação de Lisboa e STJ, em que fui totalmente ilibado de qualquer responsabilidade, mesmo disciplinar, não se vê, por parte da “casa” do senhor Adriano Souto de Moura, a invocação do interesse público, para terminar com esta situação de injustiça em que me encontro – afastado de funções há mais de DOIS ANOS E OITO MESES, sem vencimento nem qualquer segurança social e impedido de ADVOGAR porque, a final, o que diz a PGR (sem fundamento, segundo a Relação de Lisboa e o STJ, como vimos), mesmo sem razão, e através de processos “kafkianos”, ainda “pesa” na Ordem dos Advogados, que também nada decide sobre o meu pedido de inscrição nela, há mais de DOIS ANOS.

Sim, processos “kafkianos”.

Começou o dito processo disciplinar em que me afastaram de funções, com uma certidão truncada e falsa que omitia, só(?!), mais de 20 documentos autênticos, fundamentadores de um despacho meu, em 1993, a ordenar uma detenção, para interrogatório judicial, de um burlão (em mais de 80 mil contos – sim, contos, que não Euros), despacho esse considerado “ilegal” pelo dito Conselho e fundamento do meu afastamento.

Quando fui ouvido, na “instrução” do processo da PGR, sobre tal despacho, chamei a atenção do Inspector para o facto de faltarem tais documentos.

O que fez este?

Depois de se pronunciar DOLOSAMENTE contra mim, juntou tal certidão, com aqueles documentos em falta, NUM OBSCURO APENSO, em vez de os incorporar nos autos, como é de LEI, na expectativa, PIDESCA, de que ninguém os visse.

E não é que ninguém os "viu" mesmo?!

Desde o Relator até ao Conselho Superior do Ministério Público.

Como é que eu sei?

Simples.

As conclusões do dito Conselho (contra mim) e da Relação e do STJ (a meu favor) são diametralmente opostas e, nestes últimos, tive oportunidade de explicar a “leitura” de tais documentos e os fundamentos do meu despacho, considerado, agora, absolutamente correcto e legal, ao contrário do que disse o dito Conselho.

Assim anda a "casa" de Adriano Souto de Moura.

Mal, muito mal.

E eu a sofrer a injustiça dela.

Há mais de DOIS ANOS E OITO MESES afastado, ilegitimamente, de funções.

Com um recurso pendente no STA há mais de QUATRO ANOS E SETE MESES.

E os juízes lá vão falando do quanto trabalham…

E eu, ilegal e ilegitimamente, em greve “forçada”…

Imposta pela “casa” de Adriano Souto de Moura…

Se não é "urdidura" e "cabala", expliquem-me o que é!

QUE PAÍS É ESTE?