terça-feira, abril 18, 2006
Passaportes e BI portugueses eram falsificados na Tailândia
A Polícia tailandesa desmantelou em Banguecoque uma rede internacional de falsificação de documentos e confiscou 400 passaportes e 400 Bilhetes de Identidade portugueses falsos.
As autoridades, sabe o JN, prenderam duas mulheres e um homem, com idades entre os 31 e os 41 anos, todos tailandeses. Confiscaram, ainda, outras 400 capas de passaportes e 150 plásticos de páginas biográficas portuguesas.
Além da grande quantidade de documentos portugueses falsos, a Polícia tailandesa encontrou ainda largas dezenas de passaportes belgas e chineses falsificados, bem como vasto equipamento destinado à viciação, entre o qual material informático considerado topo de gama.
A rede funcionava numa vivenda, em Banguecoque, e os documentos falsos estavam preparados para ser comercializados no mercado clandestino, havendo fortes suspeitas do seu destino ser organizações internacionais de imigração ilegal.
A operação das autoridades tailandesas surgiu na sequência de informações recolhidas pela polícia espanhola, com base em investigações desenvolvidas nos últimos meses no país vizinho.
Correios detidos
Com esta apreensão, apurou o JN, eleva-se a 573 o número só de passaportes portugueses falsos confiscados na Tailândia, nos últimos três anos. Neste mesmo período, as autoridades detiveram no país seis cidadãos estrangeiros, que funcionavam como "correios" no transportes dos documentos falsos entre Banguecoque e alguns países europeus, nomeadamente o Reino Unido e Espanha.
O último "correio", um bósnio-herzegovino, de 42 anos, foi preso em finais de Janeiro último com 30 passaportes portugueses e 60 plásticos das respectivas páginas biográficas, durante uma ofensiva que levantou alguma polémica junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Portugal. Cada passaporte seria vendido em Londres por 5 mil euros, a imigrantes ilegais e membros de organizações islâmicas.
Segundo as autoridades, a Tailândia funciona como um dos maiores centros mundiais de viciação de documentos, que abastece redes internacionais a operarem no espaço Shenguen.
Documento mais seguro
O passaporte electrónico português, documento com dados biométricos e menos vulnerável a práticas de falsificação, é hoje apresentado em Lisboa.
Os primeiros documentos começam a ser entregues em Julho e os actuais passaportes deixarão de ser emitidos em Agosto, revelou à Agência Lusa fonte do Ministério da Administração Interna.
Para prevenir as falsificações e melhorar os mecanismos de controlo e de segurança, ao abrigo das normas comunitárias, o novo documento vai incluir um chip electrónico com informação biográfica e dados biométricos.
Este modelo de passaporte permitirá igualmente satisfazer os requisitos necessários para a plena participação de Portugal no programa norte-americano " Visa Waiver" e assim criar condições para a dispensa de visto de entrada nos Est ados Unidos para titulares de passaporte português.
O passaporte electrónico respeita os parâmetros fixados pela União Euro peia e pelas organizações internacionais competentes, nomeadamente a Organização Internacional de Aviação Civil.
Fonte: Jornal de Notícias
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