terça-feira, abril 25, 2006
"A nossa democracia não é de qualidade"
Consolidado o regime democrático e a integração europeia, para Costa Pinto falta melhorar a democracia e os níveis de instrução. "Democracia já temos. Mas a nossa democracia não é de grande qualidade", diz. Os portugueses participam pouco nas eleições - um sinal de desinteresse pela política -, "desconfiam da uniformidade da Justiça, o sistema judicial não é amigável para o cidadão e não se auto-organizam política e civicamente".
"Ao contrário do que se possa pensar, existe uma fraquíssima sociedade civil", refere. "Temos uma taxa de participação política, cívica e de sindicalização mais baixa do que a média europeia. E, ao contráro do que dizem os empresários, uma taxa de conflituosidade social bastante mais reduzida". Veja-se, por antítese, em França a contestação ao Contrato do Primeiro Emprego.
Além disso, prevalece nos cidadãos um sentimento antipartidário. "Não expressam grande apoio aos partidos, nem à classe política, a elite parlamentar - enquanto símbolo da pluralidade democrática - não goza de grande popularidade".
Contudo, para este investigador, apesar do esforço de investimento feito desde o 25 de Abril na escolarização das massas, esse objectivo fracassou "A taxa de iliteracia, de abandono precoce do sistema escolar são dos factores mais preocupantes para a qualidade da nossa democracia".
Costa Pinto reconhece que o actual cenário de desqualificação dos recursos humanos "a curto prazo não augura nada de bom, porque temos a taxa mais baixa de escolaridade da UE alargada, entre os 25 estados-membros".
in Jornal de Notícias
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