terça-feira, dezembro 20, 2005

Trabalho da Prevenção Rodoviária em risco


A Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) vai despedir um terço dos seus trabalhadores e deixará de prestar serviços gratuitamente devido ao corte de verbas efectuado pelo Governo. Carlos Barbosa, membro da direcção da PRP, acusa o ministro e secretário de Estado da Administração Interna de incompetência nas questões de segurança rodoviária.

Numa assembleia geral extraordinária da PRP, que decorreu na sexta-feira, foi decidido reduzir para 20 o número de trabalhadores da instituição (actualmente são perto de 60), como forma de enfrentar o corte de verbas públicas.

A PRP recebia anualmente e de forma automática uma parte de uma quantia proveniente do Fundo de Garantia Automóvel (FGA). Os actuais titulares do Ministério da Administração Interna decidiram atribuir essa verba a projectos escolhidos por um concurso que está a decorrer.

Outra das medidas tomadas na assembleia-geral de sexta-feira foi a de deixar de trabalhar gratuitamente para escolas e câmaras municipais, passando a cobrar pelos serviços prestados.

Carlos Barbosa acusa o ministro António Costa e o secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, de não terem a noção de como se faz segurança rodoviária. "São duas pessoas completamente incompetentes que estão a matar a instituição mais credível de segurança rodoviária que existe e que até preside à Prevenção Rodoviária Internacional", afirma Carlos Barbosa, que também dirige o Automóvel Club de Portugal. Ascenso Simões é também acusado de mentir quando diz que já deu à PRP 700 mil euros. "Não deu nada, essa verba foi para pagar uma dívida antiga", acrescenta Carlos Barbosa, lembrando que a PRP se substituía ao Estado.

Mega "nem sequer tem carta de condução"

Segundo o mesmo administrador, a PRP vai participar no concurso de projectos de segurança rodoviária lançado pelo Governo e cujo prazo termina dia 31. No entanto, a competência do presidente do júri, António Mega Ferreira, é posta em causa. "Ele nem sequer tem carta de condução, como é que vai avaliar uma campanha de segurança rodoviária?", questiona Carlos Barbosa.

A assembleia geral extraordinária urgente foi convocada pela direcção da PRP, que se demitiu em bloco, e com a ordem de trabalhos Futuro da PRP em risco. Medidas a tomar. Além do ACP, fazem parte da direcção representantes da Brisa, Estradas de Portugal, Associação Portuguesa de Seguradores, Federação Nacional de Motociclismo, a Associação de Comércio Automóvel de Portugal, Instituto Nacional de Emergência Médica, Federação Portuguesa de Transportes Rodoviários e Carris. O conselho fiscal é presidido pelo director-geral de Viação.

Fundada em 1965, a PRP é uma associação sem fins lucrativos financiada maioritariamente por verbas dadas pelo Estado. As quantias cedidas pelo Fundo de Garantia Automóvel têm origem numa percentagem de dinheiro pago por todos os condutores com seguro.

in www.publico.clix.pt

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