quinta-feira, maio 04, 2006

Relatório Anual de Segurança Interna


Número de polícias agredidos aumentou 9,6 por cento. E houve mais 50 por cento de casos de escravidão investigados pela PJ. SIS está preocupado com movimentos neo-nazis. Apesar de tudo houve menos crimes.

Mais de 60 mil pessoas foram detidas em Portugal no último ano. As taxas de criminalidade, diz o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), desceram. Mas os crimes contra as forças de segurança continuam a preocupar o Governo. Em 2005, o número de agentes feridos subiu 9,6 por cento. António Costa, ministro da Administração Interna, garantiu na última quarta-feira, que não pode haver «clima de impunidade para quem intenta contra as forças de segurança».

Quatro polícias mortos e 16 feridos graves. Se dúvidas houvesse o relatório faz um balanço difícil de digerir pelas forças de segurança. Além das vítimas mortais e gravemente feridas, outros 564 polícias ficaram levemente feridos em operações de segurança. Registam-se ainda 1243 agentes agredidos sem necessidade de tratamento médico. Ou seja, o último ano teve mais 9,6 por cento de agentes agredidos.

A «desobediência e resistência à autoridade» também é apontada com preocupação pela Autoridade Marítima que refere no relatório, a que o PortugalDiário teve acesso, «um acréscimo considerável».

Quanto ao número de pessoas detidas pelas forças de segurança em 2005, a PSP concretizou 32.703 detenções, Somam-se 25.751 detidos pela GNR e outros 2249 pela Polícia Judiciária.

Escravidão

Dos crimes contra as pessoas, destaque para um aumento de 57,1 por cento de crimes de escravidão investigados pela Polícia Judiciária. Esta polícia abriu, em 2005, 11 inquéritos relativos a ilícitos daquela natureza, mais quatro do que no ano anterior.

Skinheads

O SIS, Serviço de Informações de Segurança, registou no último ano um «acréscimo significativo no mercado ilegal de armas de fogo, uma vez que é um mercado bastante lucrativo e diversificado». Outra preocupação deste serviço foi a observação de alguns «extremismos políticos, designadamente nos grupos skinhead e neo-nazis, os quais representam um factor de risco efectivo para a segurança interna, no tocante ao incitamento e promoção da violência política racial, e ao nível das tensões e conflitos multiculturais propiciados pela concentração de guetos e bolsas étnicas nas principais áreas metropolitanas do país».

O «acréscimo de campanhas e propaganada» neo-nazi também preocupa as autoridades. Tal como o aumento das «manifestações públicas, com recurso a temas-chave, tais como imigração, insegurança, criminalidade, alargamento da EU à Turquia, perda de identidade nacional».

O Relatório Anual de Segurança Interna foi aprovado esta manhã em Conselho de Ministros, dois dias depois de ter sido submetido à apreciação do Conselho de Segurança Nacional. Esta sexta-feira deverá ser remetido à Assembleia da República.


Fonte: Portugal Diário

Sem comentários: