domingo, maio 28, 2006

Escutas contra droga e roubos


As secções da Polícia Judiciária responsáveis pela investigação de crimes violentos, como assaltos à mão armada, e tráfico de droga são as que mais recorrem a escutas telefónicas, revelou fonte policial. E, nos últimos três anos, a Judiciária usou cerca de 24 mil vezes aquilo a que Alípio Ribeiro, director-nacional, já chamou a “bomba atómica” da investigação.

Segundo adiantou ao Correio da Manhã uma outra fonte, também sob anonimato, as escutas feitas pela PJ – em investigação própria ou a pedido de outras polícias no caso dos telefones móveis – representam cerca de 60 por cento do total. “O resto são telefones fixos interceptados pelos outros órgãos de polícia criminal”, esclareceu o responsável.

Ontem, em entrevista ao jornal ‘Expresso’, o director-nacional da PJ, Alípio Ribeiro, defendeu que “ninguém sabe quantas escutas se fazem no País” e sublinhou que os últimos números “não são correctos”.

Antes de ser nomeado para director da PJ, em Abril, Alípio Ribeiro, então procurador distrital do Porto, mostrou-se muito crítico em relação às escutas telefónicas, considerando-as um “meio de prova perverso” e “um problema de Estado”, cujo uso é “perigoso”.

Contactado pelo CM, Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários da Investigação Criminal (ASFIC), afirmou que “a qualquer momento é possível saber quantas escutas faz a PJ”. “As polícias não fazem escutas quando querem. Há um pedido para o Ministério Público, titular dos processos, que o propõe a um magistrado, e que só avança com ordem do tribunal”, disse o responsável.

“A PJ sabe quantas escutas são feitas a qualquer momento. Em relação às outras polícias, seja GNR, PSP ou SEF, é natural que não saibamos, excepto as que são feitas a telemóveis, uma vez que o equipamento é nosso”, disse o presidente da ASFIC. “Mas isso é normal. Eles também não conhecem o número de escutas que fazemos”, sublinhou Carlos Anjos.

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Texto integral da notícia em Correio da Manhã

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