segunda-feira, maio 08, 2006
Consumo de haxixe sobe entre os jovens
Os dados relativos à toxicodependência confirmam uma preocupante subida do consumo de cannabis em Portugal. Uma tendência que se vinha verificando nos últimos anos e que conheceu um novo aumento de acordo com os resultados preliminares do IDT (Instituto da Droga e da Toxicodependência) relativos a 2005. Uma realidade confirmada também ao nível dos processos de contra-ordenação. Dos mais de 7000 processos abertos, 65,4 %deles refere-se a cannabis.
Analisando o mesmo documento, mantém-se, ainda, uma diminuição do número de primeiras consultas, de mais (e mais velhos) toxicodependentes em tratamento (passam de um ano para o outro). Verifica-se uma diminuição do protagonismo da heroína e além de um cada vez maior consumo de cannabis, sobem os consumos de novas substâncias.
No ano passado, estavam integrados nos programas de tratamento do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), 31822 utentes, o que representa um acréscimo de 5,1% em relação ao ano anterior, de acordo com o relatório de resultados preliminares do IDT.
As variações deste dado não têm sido significativas desde 2001, ao contrário do que sucede com as primeiras consultas que tem vindo a diminuir. Em 2005, foram 4844 os utentes que procuraram os serviços pela primeira vez, um decréscimo expresso em valores percentuais (27,3%, 19,6%, 17,6%, 16,6%, respectivamente nos anos de 2001, 2002, 2003 e 2004).
No que diz respeito à caracterização do consumidor que mais procura os serviços do IDT, também se confirma a tendência do seu envelhecimento. Estes utentes são maioritariamente consumidores de heroína (62%), cerca de 15% dos 4844 de doentes em primeira consulta referiram um consumo de heroína e cocaína, consumidores de cannabis representam 11,4% do total, 7,3% de cocaína, 0,2% de benzodiazepinas e 0,4% de ecstasy.
No que diz respeito à via de administração da droga, também se mantém a tendência de descida por via endovenosa, substituída pela fumada/inalada.
Um dos programas terapêuticos seguido pela maioria dos utentes é a de substituição, principalmente por metadona. Além das instituições do IDT, vários toxicodependentes seguem esta terapêutica em estabelecimentos prisionais, em farmácias, hospitais e centros de saúde.
Uma das intervenções do IDT passa pela dinamização de políticas de redução de riscos e minimização de danos, medida que consagra a implementação de projectos em zonas críticas de consumo intensivo. Esta intervenção é composta por dois gabinetes de apoio e unidades móveis em Lisboa, dois centros de acolhimento, um em Lisboa outro em Coimbra, e 36 equipas de rua nas diferentes regiões do país.
Fonte: Jornal de Notícias
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