segunda-feira, maio 08, 2006
A cada 33 segundos há um divórcio
Os números são surpreendentes e dão que pensar sobre uma instituição que muitos dizem estar em desuso: o casamento. No conjunto dos países que formam a União Europeia formaliza-se um divórcio a cada 33 segundos. 33 segundos. Feitas as contas, são quase um milhão de rupturas matrimoniais por ano. E Portugal surge como o grande campeão, tendo registado, de 1995 a 2004, o maior aumento na taxa de divórcios (89%). A seguir estão a Itália (62%) e a Espanha (59%). Os dados constam de um estudo do Instituto de Política Familiar (IPF), intitulado Evolução da Família na Europa 2006, que vai ser apresentado amanhã no Parlamento Europeu, no âmbito do Dia da Europa.
"Para termos conta da importância destes números, é necessário assinalar que, em apenas 15 anos (1990-2004), registaram-se na Europa dos Quinze mais de 10 milhões de divórcio, o que afectou mais de 16 milhões de crianças", sublinha no relatório o presidente do IPF, Eduardo Hertfelder. Classificando a situação de "alarmante".
Só em 2004, adianta o presidente do IPF, registaram-se 955 600 divórcios, o que representa um "aumento de quase 50%" em relação a 1980, ano em que 637 mil casamentos tinham sido desfeitos.
A agravar a situação, na perspectiva de Eduardo Hertfelder, está o facto de a diferença entre matrimónios e divórcios ter diminuído para metade nos últimos anos, de maneira que, "por cada dois casamentos que se realizam nos países da União Europeia, um termina em divórcio".
Em 1980, segundo o estudo, realizaram-se na Europa 1,744 milhões de casamentos. 700 mil acabaram em divórcio. Em 2004, dos 1,04 milhões matrimónios celebrados, 402 mil não resultaram, tendo os casais optado pela separação. Se há 25 anos, por cada 4,6 casamentos, existia um divórcio, em 2004, por cada 2,3 matrimónios, dá-se um divórcio.
O Instituto de Política Familiar é um organismo internacional, sediado em Madrid, que tem por missão "a defesa e promoção da instituição familiar", através da sensibilização dos poderes públicos, da apresentação de propostas e da elaboração de estudos. No seu site, o IFP assume-se como "uma entidade civil independente, não vinculada a administrações públicas, partidos políticos ou organizações religiosas".
Do Instituto de Política Familiar
"O Instituto de Política Familiar (IPF) é uma entidade civil independente, não vinculada às Administrações Públicas, partido político ou organização religiosa.
O IPF nasceu a partir da iniciativa de um grupo de pessoas que tomam consciência de que a preocupação pela família já está presente no seu aspecto assistencial (afortunadamente, são cada vez mais e mais eficazes as ONG focadas para a paliação da marginação dos componentes mais débeis da família) e científico (através de institutos universitários, fundações para a investigação, etc.), mas que, pelo contrário, existe um grande vazio no campo da promoção e defesa da família perante a opinião pública e os poderes públicos, para o qual consideram especialmente importante a criação de sinergias entre diferentes entidades familiares, tanto ao nível nacional como internacional. Para preencher esse vazio nasceu no ano 2000 o Instituto de Política Familiar (IPF).
Portanto, a nossa missão é a promoção e defesa da instituição familiar, bem como dos seus componentes, mediante a sensibilização da sociedade e os poderes públicos, a criação de propostas e projectos de cooperação e o fomento da coordenação para estes fins entre instituições e associações familiares de âmbito nacional e internacional.
O Instituto possui um âmbito de actuação internacional implementando a sua actuação na União Europeia e Iberoamérica, para o que mantém contactos com entidades similares em diferentes países europeus e hispano-americanos.
O Instituto procura ser um catalizador para a adopção de uma autêntica política familiar em todos os âmbitos políticos (local, autonómico, nacional e supranacional). Para esse fim efectua um trabalho de análise sobre a situação da família, nas suas diversas dimensões, procurando pôr de manifesto os seus principais problemas actuais ou futuros. Do mesmo modo, apresenta alternativas ou soluções para estes problemas.
O IPF aspira também apoiar outras entidades familiares, para facilitar a elaboração e viabilidade das suas procuras junto das autoridades correspondentes. O objectivo não é suplantar o protagonismo que corresponde às diferentes organizações nos seus respectivos âmbitos (educação, protecção das famílias numerosas, conciliação da vida familiar e o trabalho, etc.), senão propiciar uma colaboração que ajude a que essas outras organizações possam exercer uma maior pressão em favor de uma política familiar eficiente.
O Instituto pretende implementar a sua missão através de actividades muito diversas: elaboração de estudos e análises, prestação de serviços de assessoria através da internet, organização de seminários e fóruns, intercâmbio de experiências e divulgação de "boas práticas", etc."
Fonte: Diário de Notícias e www.ipfe.org
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