Nas páginas do Diário de Notícias dos últimos dois dias foi renovado um especial destaque aos temas que envolvem a justiça. Verificando que uma das preocupações abordadas foi novamente a relação desta com a comunicação social, ocorre-nos recordar neste singelo espaço as palavras de alguém que, com acurada perspicácia, já há alguns anos reflectia sobre a problemática:
"(...)Uma justiça independente e eficaz é tão essencial à democracia como uma comunicação social livre e pluralista. Em qualquer das funções, o grande desígnio continua a ser o da defesa da liberdade. Desígnio que só pode ser realizado por pessoas livres e atentas aos instantes desafios deste admirável mundo novo.
Os media tornaram-se mais ambiente que mensagem. Um ambiente que estimulou o aparecimento de um tipo de homem que utiliza a informação como bem de consumo e a ela entrega acriticamente as suas opções e as suas escolhas; que recebe por bons os valores, os gostos e as tendências que lhe são transmitidos; que cria dependências que o levam a pedir mais do mesmo; que, pouco a pouco, vai perdendo a sua individualidade e capacidade de autodeterminação.(...)"
CUNHA RODRIGUES, "Comunicar e Julgar", Minerva, Colecção Comunicação, Coimbra, 1999, p. 98.
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