sexta-feira, julho 13, 2007

SMMP relativiza certezas do Parlamento italiano

António Cluny desvalorizou hoje as garantias do presidente da Comissão Parlamentar de Controlo dos Serviços Secretos italianos de que não houve espionagem a juízes europeus .

Cláudio Scajola garantiu quinta-feira que não houve perseguição a pessoas nem escutas telefónicas no caso de alegada espionagem ilegal de juízes, incluindo portugueses, pela secreta militar italiana.

«Pode dizer o que entender, mas os relatórios e as transcrições foram apreendidos e nada contraria o facto de estar a decorrer um processo-crime com prova material», disse António Cluny à Lusa.

Os Serviços Secretos italianos foram acusados, há uma semana, pelo Conselho Superior de Magistratura italiano de terem espiado juízes de Itália e de outros países europeus para os «intimidar» e «descredibilizar».

A alegada acção de espionagem, conhecida quando foram investigados os arquivos de um andar secreto dos serviços de informação militares, envolveria também políticos, militares e jornalistas e teria decorrido entre 2001 e 2006, durante o governo de Sílvio Berlusconi, que já garantiu desconhecer o assunto.

Na sequência das denúncias, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público português anunciou que iria participar à Assembleia da República, ao Conselho Superior do Ministério Público e ao ministro da Justiça.

O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), António Martins, já tinha dito à Lusa não ter dúvidas de que os Serviços Secretos italianos agiram ilegalmente no caso da alegada espionagem de juízes europeus.

«Há provas demasiado evidentes de que houve actuação incorrecta e ilegal dos Serviços Secretos. Foram encontrados documentos comprovativos dessa ilegalidade», disse António Martins, reagindo às declarações do presidente da Comissão Parlamentar de Controlo dos Serviços Secretos italianos.

Queixando-se de não ter havido qualquer reacção das autoridades portuguesas, António Martins disse à Lusa que a direcção da ASJP vai tomar uma nova posição sobre a matéria na reunião da direcção nacional, que se realiza hoje à tarde.

Fonte: Lusa/SOL

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