Os desvios de dinheiro apreendido na sequência de operações realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) podem não se restringir apenas à Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes (DCITE), onde recentemente se detectou o desaparecimento de três quantias num total superior a 94 mil euros.
Actualmente decorrem averiguações para se apurar se a principal suspeita, a antiga coordenadora da 2ª secção da DCITE, terá sido responsável pelo desaparecimento de milhares de euros, em dinheiro e ouro, que estavam a cargo da secção de roubos, na Directoria de Lisboa, onde trabalhou durante cerca de dez anos.
O PÚBLICO apurou ontem que, depois da ex-coordenadora da secção responsável pela investigação do tráfico de droga por via aérea ter sido afastada para os serviços de apoio da PJ, várias denúncias internas (sob o formato de cartas anónimas) chegaram à direcção nacional. Actualmente, procede-se a um levantamento exaustivo dos inquéritos relativos a crimes de roubo, secção onde a suspeita trabalhou.
Fontes da PJ afirmam que há fortes suspeitas de terem sido descaminhadas grandes quantias de dinheiro e ouro apreendidos ao longo dos anos em investigações da secção de roubo. A primeira parte deste trabalho consiste em apurar se as guias de entrega dos valores existem, para, desse modo, se confirmar a entrega ou não dos bens na Caixa Geral de Depósitos.
A investigadora sobre quem recaem as maiores suspeitas tem negado sempre as acusações, do mesmo modo que se diz inocente em relação a um outro caso, em que surge acusada de pretender apoderar-se de um jipe. Este inquérito iniciou-se há cerca de três anos e, no caso de se concluir que a suspeita é culpada, pode culminar com a proposta de expulsão.
Críticas à lei orgânica
Depois das suspeitas de roubo na DCITE, surgiu, na tarde de terça-feira, o pedido de demissão do responsável por esta direcção nos últimos cinco anos, José Braz. A sua saída não se deve, contudo, à polémica relacionada com o desvio de dinheiro.
José Braz, que irá permanecer na DCITE até que esteja concluída a sindicância anunciada pelo director nacional, Alípio Ribeiro, e pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, abandona a coordenação das secções que investigam o grande tráfico de droga - de carácter nacional e transfronteiriço - por entender que, com a nova lei orgânica da PJ, não estão reunidas as condições para os investigadores trabalharem como o vinham a fazer.
A nova lei orgânica da PJ, que prevê a extinção das direcções centrais, fará com que determinadas áreas de investigação passem a ser da responsabilidade dos departamentos regionais. O entendimento de muitos investigadores é o de que a eficácia das investigações será sacrificada aos interesses economicistas da tutela.
A crise instalada na PJ está a reacender, por sua vez, a polémica já anteriormente detectada e que, segundo os quadros da investigação, pretende colocar a Judiciária numa posição subalterna em relação à PSP e à GNR. A fusão das diversas polícias num só corpo é uma ideia antiga, copiada de modelos europeus, como por exemplo o espanhol e o belga, que, contudo, não vingou nos países que a adoptaram. Os diversos ministros da Justiça e da Administração Interna de alguns desses países reconheceram a falência do sistema e voltaram a autonomizar as polícias de investigação congéneres da PJ portuguesa.
in PUBLICO.PT
Actualmente decorrem averiguações para se apurar se a principal suspeita, a antiga coordenadora da 2ª secção da DCITE, terá sido responsável pelo desaparecimento de milhares de euros, em dinheiro e ouro, que estavam a cargo da secção de roubos, na Directoria de Lisboa, onde trabalhou durante cerca de dez anos.
O PÚBLICO apurou ontem que, depois da ex-coordenadora da secção responsável pela investigação do tráfico de droga por via aérea ter sido afastada para os serviços de apoio da PJ, várias denúncias internas (sob o formato de cartas anónimas) chegaram à direcção nacional. Actualmente, procede-se a um levantamento exaustivo dos inquéritos relativos a crimes de roubo, secção onde a suspeita trabalhou.
Fontes da PJ afirmam que há fortes suspeitas de terem sido descaminhadas grandes quantias de dinheiro e ouro apreendidos ao longo dos anos em investigações da secção de roubo. A primeira parte deste trabalho consiste em apurar se as guias de entrega dos valores existem, para, desse modo, se confirmar a entrega ou não dos bens na Caixa Geral de Depósitos.
A investigadora sobre quem recaem as maiores suspeitas tem negado sempre as acusações, do mesmo modo que se diz inocente em relação a um outro caso, em que surge acusada de pretender apoderar-se de um jipe. Este inquérito iniciou-se há cerca de três anos e, no caso de se concluir que a suspeita é culpada, pode culminar com a proposta de expulsão.
Críticas à lei orgânica
Depois das suspeitas de roubo na DCITE, surgiu, na tarde de terça-feira, o pedido de demissão do responsável por esta direcção nos últimos cinco anos, José Braz. A sua saída não se deve, contudo, à polémica relacionada com o desvio de dinheiro.
José Braz, que irá permanecer na DCITE até que esteja concluída a sindicância anunciada pelo director nacional, Alípio Ribeiro, e pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, abandona a coordenação das secções que investigam o grande tráfico de droga - de carácter nacional e transfronteiriço - por entender que, com a nova lei orgânica da PJ, não estão reunidas as condições para os investigadores trabalharem como o vinham a fazer.
A nova lei orgânica da PJ, que prevê a extinção das direcções centrais, fará com que determinadas áreas de investigação passem a ser da responsabilidade dos departamentos regionais. O entendimento de muitos investigadores é o de que a eficácia das investigações será sacrificada aos interesses economicistas da tutela.
A crise instalada na PJ está a reacender, por sua vez, a polémica já anteriormente detectada e que, segundo os quadros da investigação, pretende colocar a Judiciária numa posição subalterna em relação à PSP e à GNR. A fusão das diversas polícias num só corpo é uma ideia antiga, copiada de modelos europeus, como por exemplo o espanhol e o belga, que, contudo, não vingou nos países que a adoptaram. Os diversos ministros da Justiça e da Administração Interna de alguns desses países reconheceram a falência do sistema e voltaram a autonomizar as polícias de investigação congéneres da PJ portuguesa.
in PUBLICO.PT
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