Falta mais de um ano para as eleições ao cargo de bastonário da Ordem dos Advogados (OA), mas os candidatos começam já a posicionar-se. O advogado João Pereira da Rosa, 51 anos, abriu as hostilidades e, segundo antecipou ao DN, vai apresentar já na próxima semana, dia 26, a sua candidatura ao cargo actualmente ocupado por Rogério Alves - que muito foi criticado por Pereira da Rosa no episódio do julgamento do ex-bastonário José Miguel Júdice, de quem o futuro candidato diz ser "muito amigo".
Aliás, ainda no auge da polémica (em Julho), após o julgamento de Júdice, em que este acabou a falar sozinho depois de os membros do Conselho Superior daOA terem abandonado a sala, Pereira da Rosa, ex-presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa da OA, admitiu ao DN estar a ponderar avançar com a sua candidatura. Mas agora, já com a candidatura no horizonte, Pereira da Rosa quer demarcar-se da polémica entre José Miguel Júdice e a Ordem. "O julgamento pertence ao passado", disse ao DN.
O advogado, sócio da Athayde de Tavares & Pereira da Rosa, com sede em Lisboa, vai apresentar a sua candidatura no seu escritório, em Lisboa, "sozinho" - "sinto-me muito apoiado, a nível nacional, e por isso é que avanço, mas esta é uma decisão solitária. Não concordo com aqueles que se candidatam e dizem ter uma vaga de fundo."
Pereira da Rosa não quis adiantar detalhes sobre o mote da sua candidatura, mas lá foi dizendo que uma das ideias-chave da sua campanha será: "Os advogados existem por causa e para os cidadãos." Por isso, na óptica do futuro candidato a bastonário, a OA "tem que estar sempre com os advogados e ao lado dos interesses dos cidadãos".
Pereira da Rosa terá uma boa oportunidade para testar o impacto da sua candidatura logo quatro dias após o anúncio formal. É que Rogério Alves marcou para 30 de Setembro a Assembleia Geral extraordinária da OA, onde vai "estar presente".
As críticas ao bastonário
O agora candidato foi um dos principais críticas de Rogério Alves no episódio de Júdice (processado pela OA por ter angariado o Estado como cliente e insultado o Conselho Superior), tendo subscrito o abaixo-assinado de apoio ao ex-bastonário. Na altura, o futuro candidato considerou que "a imagem da OA ficou muito agredida" e que a "actual direcção não tem condições para continuar". "O que aconteceu foi a maior das vergonhas para a advocacia", disse na ocasião.
O sócio da Athayde de Tavares & Pereira da Rosa é advogado há 27 anos e já exerceu cargos dentro da OA. Além de ter presidido ao Conselho de Deontologia, foi, entre 1996 e 1998, vice-presidente do Conselho Distrital de Lisboa e integrou a Comissão para a Revisão do estatuto dos advogados.
Por Inês David Bastos, in DN Online
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