terça-feira, setembro 19, 2006

Ordem dos Advogados já tem candidato


Falta mais de um ano para as eleições ao cargo de bastonário da Ordem dos Advogados (OA), mas os candidatos começam já a posicionar-se. O advogado João Pereira da Rosa, 51 anos, abriu as hostilidades e, segundo antecipou ao DN, vai apresentar já na próxima semana, dia 26, a sua candidatura ao cargo actualmente ocupado por Rogério Alves - que muito foi criticado por Pereira da Rosa no episódio do julgamento do ex-bastonário José Miguel Júdice, de quem o futuro candidato diz ser "muito amigo".

Aliás, ainda no auge da polémica (em Julho), após o julgamento de Júdice, em que este acabou a falar sozinho depois de os membros do Conselho Superior daOA terem abandonado a sala, Pereira da Rosa, ex-presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa da OA, admitiu ao DN estar a ponderar avançar com a sua candidatura. Mas agora, já com a candidatura no horizonte, Pereira da Rosa quer demarcar-se da polémica entre José Miguel Júdice e a Ordem. "O julgamento pertence ao passado", disse ao DN.

O advogado, sócio da Athayde de Tavares & Pereira da Rosa, com sede em Lisboa, vai apresentar a sua candidatura no seu escritório, em Lisboa, "sozinho" - "sinto-me muito apoiado, a nível nacional, e por isso é que avanço, mas esta é uma decisão solitária. Não concordo com aqueles que se candidatam e dizem ter uma vaga de fundo."

Pereira da Rosa não quis adiantar detalhes sobre o mote da sua candidatura, mas lá foi dizendo que uma das ideias-chave da sua campanha será: "Os advogados existem por causa e para os cidadãos." Por isso, na óptica do futuro candidato a bastonário, a OA "tem que estar sempre com os advogados e ao lado dos interesses dos cidadãos".

Pereira da Rosa terá uma boa oportunidade para testar o impacto da sua candidatura logo quatro dias após o anúncio formal. É que Rogério Alves marcou para 30 de Setembro a Assembleia Geral extraordinária da OA, onde vai "estar presente".

As críticas ao bastonário

O agora candidato foi um dos principais críticas de Rogério Alves no episódio de Júdice (processado pela OA por ter angariado o Estado como cliente e insultado o Conselho Superior), tendo subscrito o abaixo-assinado de apoio ao ex-bastonário. Na altura, o futuro candidato considerou que "a imagem da OA ficou muito agredida" e que a "actual direcção não tem condições para continuar". "O que aconteceu foi a maior das vergonhas para a advocacia", disse na ocasião.

O sócio da Athayde de Tavares & Pereira da Rosa é advogado há 27 anos e já exerceu cargos dentro da OA. Além de ter presidido ao Conselho de Deontologia, foi, entre 1996 e 1998, vice-presidente do Conselho Distrital de Lisboa e integrou a Comissão para a Revisão do estatuto dos advogados.

Por Inês David Bastos, in DN Online

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