Continuar a "ser uma instituição de referência" foi um compromisso formulado por Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), ontem, a concluir o discurso com que abriu a sessão solene comemorativa dos 50 anos da instituição, no grande auditório da sede, em Lisboa. Sessão presidida e encerrada pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, antigo bolseiro e investigador da FCG, como o sociólogo António Barreto, "orador independente". Convidado ainda foi o cineasta Manoel de Oliveira, com um documentário exibido de início (...).
"O nosso país precisa de instituições assim. Autónomas, fortes, verdadeiros exemplos de excelência que devem ser seguidos", diria o PR. Cavaco Silva elogiou, neste meio século conturbado por várias crises mundiais e uma revolução nacional, "a solidez financeira da Gulbenkian, a sua estabilidade e a consistência do rumo seguido até hoje", considerando ser esse o "elogio mais eloquente aos homens que a ergueram e consolidaram". Personalidades que evocou, do fundador Calouste Gulbenkian aos sucessivos presidentes, a começar pelo marcante Azeredo Perdigão, durante uma alocução na qual foram salientados , quer os "laços muito especiais" da sua ligação de ex-investigador e bolseiro, quer uma acção pública que, como poucas, tocou "tão profundamente o interior de Portugal na segunda metade do século XX".
Nessa acção incidira a abordagem de António Barreto, em retrospectiva do país desde 1956 - sob enfoque político, social, económico, cultural, histórico em suma - e dos efeitos nele da FCG. O sociólogo atribuíu-lhe "relevante acção" sem paralelo institucional (Estado e da Igreja Católica à parte).
"Em cada esquina do país encontra-se a sua obra", relevou, sublinhando, designadamente, "uma enorme influência nas elites", sem "isentar a fundação de defeitos, que os tem", mas ponderando "dezenas de milhar de bolsas", "centenas de bibliotecas", "equipamentos hospitalares de vanguarda", "a maior parte das grandes exposições de arte e dos grandes concertos de música erudita", "arranque do novo cinema português" e "renascimento das ciências sociais modernas, incluindo a sociologia, a geografia e a economia". Para Barreto, o país mudou mas "a independência é um bem raro" e possui-o a fundação que nos "criou oportunidades" durante meio século.
Rui Vilar fez breve historial da instituição, nas suas várias fases, desde a entrada em vigor da lei que lhe deu existência jurídica plena, em paralelo com a história do seu fundador arménio - coleccionador de arte enriquecido por lucros do petróleo -, e de Azeredo Perdigão, um executor testamentário e primeiro presidente. Prosseguindo os fins estatutários - caritativos, artísticos, educativos e científicos - definidos em testamento, a instituição cresceu, conheceu alguma crise mas tem património "3,5 vezes superior ao legado do fundador - uma das condições da sua perpetuidade", diria Rui Vilar.
"Se o gesto do fundador foi um acto de generosidade e confiança para com os vindouros, administrar hoje a fundação é assumir um compromisso com o futuro", defendeu o actual presidente da instituição, cujos "recursos humanos asseguram vivência das ideias e realização dos seus fins."
Por Elisabete França, in DN Online.
"O nosso país precisa de instituições assim. Autónomas, fortes, verdadeiros exemplos de excelência que devem ser seguidos", diria o PR. Cavaco Silva elogiou, neste meio século conturbado por várias crises mundiais e uma revolução nacional, "a solidez financeira da Gulbenkian, a sua estabilidade e a consistência do rumo seguido até hoje", considerando ser esse o "elogio mais eloquente aos homens que a ergueram e consolidaram". Personalidades que evocou, do fundador Calouste Gulbenkian aos sucessivos presidentes, a começar pelo marcante Azeredo Perdigão, durante uma alocução na qual foram salientados , quer os "laços muito especiais" da sua ligação de ex-investigador e bolseiro, quer uma acção pública que, como poucas, tocou "tão profundamente o interior de Portugal na segunda metade do século XX".
Nessa acção incidira a abordagem de António Barreto, em retrospectiva do país desde 1956 - sob enfoque político, social, económico, cultural, histórico em suma - e dos efeitos nele da FCG. O sociólogo atribuíu-lhe "relevante acção" sem paralelo institucional (Estado e da Igreja Católica à parte).
"Em cada esquina do país encontra-se a sua obra", relevou, sublinhando, designadamente, "uma enorme influência nas elites", sem "isentar a fundação de defeitos, que os tem", mas ponderando "dezenas de milhar de bolsas", "centenas de bibliotecas", "equipamentos hospitalares de vanguarda", "a maior parte das grandes exposições de arte e dos grandes concertos de música erudita", "arranque do novo cinema português" e "renascimento das ciências sociais modernas, incluindo a sociologia, a geografia e a economia". Para Barreto, o país mudou mas "a independência é um bem raro" e possui-o a fundação que nos "criou oportunidades" durante meio século.
Rui Vilar fez breve historial da instituição, nas suas várias fases, desde a entrada em vigor da lei que lhe deu existência jurídica plena, em paralelo com a história do seu fundador arménio - coleccionador de arte enriquecido por lucros do petróleo -, e de Azeredo Perdigão, um executor testamentário e primeiro presidente. Prosseguindo os fins estatutários - caritativos, artísticos, educativos e científicos - definidos em testamento, a instituição cresceu, conheceu alguma crise mas tem património "3,5 vezes superior ao legado do fundador - uma das condições da sua perpetuidade", diria Rui Vilar.
"Se o gesto do fundador foi um acto de generosidade e confiança para com os vindouros, administrar hoje a fundação é assumir um compromisso com o futuro", defendeu o actual presidente da instituição, cujos "recursos humanos asseguram vivência das ideias e realização dos seus fins."
Por Elisabete França, in DN Online.
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