terça-feira, junho 13, 2006

APAV recebeu no ano passado 347 queixas de idosos vítimas de violência


A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV ) recebeu no ano passado 347 queixas de idosos vítimas de violência física e psíquica praticada pela família, número que nos últimos cinco anos atingiu 2484 crimes.

"Estes números são um pálido reflexo da realidade", disse à Lusa José Félix da Silva, da APAV, adiantando que "não reflectem o que realmente acontece", uma vez que muitos dos idosos "não denunciam a situação" por "medo, vergonha ou por falta de informação".

De acordo com a APAV, todos os dias milhares de idosos são vítimas de violência física, psíquica e financeira por parte dos familiares e das instituições que lhes prestam cuidados, situação "pouco reconhecida" e que "continua a ser um tabu".

Para alertar a sociedade para estes crimes a Rede Internacional de Prevenção contra as Pessoas Idosas, da qual a APAV faz parte, instituiu o dia 15 de Junho como o primeiro dia anual de alerta sobre a violência contra as pessoas idosas.

Os dados da APAV revelam igualmente que no ano passado 282 mulheres foram vítimas de violência e 63 homens receberam maus tratos.

Em 2005, a maioria dos idosos com mais de 65 anos foi sujeita a maus tratos físicos (217) e psíquicos (225) praticados em casa pelos companheiros (128) ou pelos filhos (101). Nos últimos cinco anos, a APAV recebeu 2484 denúncias de maus tratos contra pessoas idosas e foi em 2001 que se registaram mais queixas (477).

Estes dados são recolhidos em Lisboa e Porto, mas, segundo a APAV, esta realidade está presente também nas zonas rurais.

De acordo com a APAV, a prevenção e o combate à violência contra as pessoas idosas é um dos maiores desafios que se coloca às sociedades envelhecidas, como é o caso da portuguesa, exigindo "um esforço" por parte do Governo e das organizações não governamentais.

O primeiro dia anual de alerta sobre a violência contra as pessoas idosas pretende ainda aumentar o conhecimento sobre a violência contra as pessoas idosas e colocar as pessoas em alerta para este problema.

Fonte: Lusa e PUBLICO.PT

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