quarta-feira, junho 21, 2006

SIS vigiou a formação de magistrados e polícias iraquianos


O SIS (Serviços de Informações e Segurança) seguiu a par e passo a presença em Portugal, no âmbito da formação em investigação criminal que decorreu na GNR, de 32 magistrados e oficiais iraquianos. Um grupo, soube o JN, que constituía um alvo potencial para terroristas.

Ontem, decorreu a cerimónia oficial de encerramento do curso, enquadrado pela União Europeia, na Escola Prática da GNR, em Queluz, presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, José Magalhães. Não obstante o curso ter já terminado, as medidas de segurança continuaram apertadas, tal como o JN já avançara, ao noticiar em Maio a vinda a Portugal dos magistrados e polícias iraquianos.

E de acordo com o juiz Simon van der Schenk, do projecto da UE Eujust Lex para o Iraque, o programa de formação vai avançar para uma nova fase até 2008, envolvendo de novo vários Estados europeus, para a formação de um mais de 700 iraquianos. Portugal poderá também ser chamado a contribuir na formação.

O trabalho de segurança começou muito antes com o SIS a produzir relatórios sobre a avaliação de risco, que, no entanto, nunca ultrapassaram o nível médio, embora os receios das autoridades tenham estado associados à possibilidade da vinda para Portugal de núcleos muçulmanos a partir de outros países europeus, como a Espanha.

Daí que a presença dos 32 magistrados e polícias iraquianos, durante três semanas, tenha estado rodeada de fortes medidas de segurança, quer na Escola Prática da GNR, onde decorreu a formação, quer na Academia do Sporting, em Alcochete, onde os iraquianos pernoitavam. A segurança física ficou a cargo da Companhia de Operações Especiais da GNR e foram ministradas matérias que iam desde a investigação criminal até à defesa dos direitos humanos, passando pelas relações entre as polícias e o Ministério Público. Tudo dividido por painéis de formação, nos quais participaram, além de elementos da GNR, juízes e procuradores, investigadores da Judiciária e advogados.

No entanto, as preocupações não foram apenas de segurança e a GNR teve que adaptar as acções de formação aos próprios hábitos e cultura dos magistrados e polícias iraquianos para reduzir o choque cultural e ajudar à sua adaptação.

in Jornal de Notícias

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