sábado, fevereiro 10, 2007

Três mil jovens fora das instituições


O Governo quer aliviar as instituições de acolhimento de menores em risco em 25%, até 2009. Pretende, assim, reencaminhar mais de três mil, dos cerca de 15 mil institucionalizados. Em menos de seis meses, por exemplo, o número de crianças em condições para serem adoptadas já passou de 300 para 700. Numa outra frente, o Estado investe em força no "apoio parental". "É uma das formas de prevenir muitas das causas que levam à institucionalização", argumenta Idália Moniz, secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação.

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Promoção da família

O objectivo de experiências desta natureza é "a promoção global da família como espaço de socialização da criança", justifica Idália Moniz. Mesmo quando a experiência falha radicalmente, "ficam os relatórios de um vasto trabalho de campo que podem ajudar na tomada de posição, numa sala de tribunal", diz Sara Barros.

O que a psicóloga quer dizer é que o facto de uma família não responder de todo ao apoio parental pode ajudar os juízes a decidirem pela retirada dos menores e pela sua adopção mais rapidamente. Decisão que ainda não gostam de tomar, "mesmo quando as evidências são fortes", alertam Sara Barros e Maria João Oliveira. A secretária de Estado admite que
"é bem verdade que persiste entre nós algum preconceito quanto à adopção, quer na população em geral, quer nalguns operativos do sistema".

Para aqueles que nunca serão adoptados e para os que, depois de institucionalizados, não poderão regressar à família biológica, restará, em alguns casos, a autonomização. Uma medida aplicada a jovens a partir dos 15 anos, excepcionalmente 13 anos, que consiste em "proporcionar a um adolescente apoios em contexto residencial específico, que lhe permita experienciar viver por si só", avança Idália Moniz.

Certo é que o Estado tem dois anos para cumprir uma das suas metas, reduzir a institucionalização em 25%.


Por Leonor Paiva Watson, in Jornal de Notícias

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