"Ainda não fiz mais nada hoje a não ser secar papel. Quando cheguei aqui e vi este cenário, só me apetecia chorar", lamentou-se um dos funcionários do Tribunal Judicial de Braga, que, ontem de manhã, se deparou com pilhas de processos encharcados, devido a infiltrações causadas pelas chuvadas do fim-de-semana. Secadores de cabelo, aquecedores a óleo e termoventiladores, tudo serviu para tentar minimizar os estragos.
Os baldes, espalhados em vários pontos do 2.º Juízo Cível, denunciam as goteiras, que tentam captar a água a jorrar do tecto. Já não é a primeira vez que inundações do género estragam o dia aos funcionários e voltam a chamar a atenção para as debilidades das instalações. Ontem, nem mesmo os armários salvaram os processos de uma molha inusitada. "Os trabalhadores tiveram de ir a casa buscar secadores para tentar salvar a papelada", atirou o delegado de Braga do Sindicato dos Funcionários Judiciais, José Torres.
Ao início da tarde, várias dezenas de processos engelhados e esborratados recebiam ainda uma secagem de emergência. Ao que parece, poucos ficaram irrecuperáveis, mas os transtornos foram vários. "Este tipo de situações, que já não são novas, atrasam o trabalho todo", refere outra funcionária, indignada. José Torres relembra que, desde há vários anos, há infiltrações. "Chove na sala de audiências do segundo andar e no arquivo", insiste.
É um problema infra-estrutural que ainda ninguém conseguiu resolver, nem mesmo com obras pontuais no edifício. Já se mexeu aqui e ali, mas nenhuma empreitada acabou com a entrada da água da chuva, que, perigosamente, chega às secções através das instalações eléctricas. Após o incidente de ontem, o secretário responsável notificou, novamente, a Direcção-Geral da Administração da Justiça e o Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça.
Qualquer que seja a solução agora encontrada, esbarrará na descrença do pessoal do tribunal. "As empresas estão sempre a vir ver os problemas, mas tudo continua igual", revelam. Muitos acreditam que só um edifício novo acabaria com a saga. Já estão agendadas obras de reabilitação na fachada e cobertura da sala de audiências, mas teme-se que os problemas de fundo se mantenham.
"Males são de nascença"
Apesar de ter cerca de 12 anos, o Palácio da Justiça de Braga sempre foi problemático. Os relatórios anuais da Procuradoria-Geral da República não ignoram esta realidade "O Tribunal Judicial de Braga está instalado em edifício próprio de construção recente, cujos males de nascença, agravados ao longo da sua curta existência, foram, no decurso de 2002, remediados pelas obras realizadas designadamente ao nível de infiltrações de águas pluviais, pintura, pavimentos e outros", lê-se na apreciação de 2005. Aquele investimento foi de cerca de 600 mil euros e pouco resolveu, na prática.
Por Denise Sousa, in Jornal de Notícias.
Os baldes, espalhados em vários pontos do 2.º Juízo Cível, denunciam as goteiras, que tentam captar a água a jorrar do tecto. Já não é a primeira vez que inundações do género estragam o dia aos funcionários e voltam a chamar a atenção para as debilidades das instalações. Ontem, nem mesmo os armários salvaram os processos de uma molha inusitada. "Os trabalhadores tiveram de ir a casa buscar secadores para tentar salvar a papelada", atirou o delegado de Braga do Sindicato dos Funcionários Judiciais, José Torres.
Ao início da tarde, várias dezenas de processos engelhados e esborratados recebiam ainda uma secagem de emergência. Ao que parece, poucos ficaram irrecuperáveis, mas os transtornos foram vários. "Este tipo de situações, que já não são novas, atrasam o trabalho todo", refere outra funcionária, indignada. José Torres relembra que, desde há vários anos, há infiltrações. "Chove na sala de audiências do segundo andar e no arquivo", insiste.
É um problema infra-estrutural que ainda ninguém conseguiu resolver, nem mesmo com obras pontuais no edifício. Já se mexeu aqui e ali, mas nenhuma empreitada acabou com a entrada da água da chuva, que, perigosamente, chega às secções através das instalações eléctricas. Após o incidente de ontem, o secretário responsável notificou, novamente, a Direcção-Geral da Administração da Justiça e o Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça.
Qualquer que seja a solução agora encontrada, esbarrará na descrença do pessoal do tribunal. "As empresas estão sempre a vir ver os problemas, mas tudo continua igual", revelam. Muitos acreditam que só um edifício novo acabaria com a saga. Já estão agendadas obras de reabilitação na fachada e cobertura da sala de audiências, mas teme-se que os problemas de fundo se mantenham.
"Males são de nascença"
Apesar de ter cerca de 12 anos, o Palácio da Justiça de Braga sempre foi problemático. Os relatórios anuais da Procuradoria-Geral da República não ignoram esta realidade "O Tribunal Judicial de Braga está instalado em edifício próprio de construção recente, cujos males de nascença, agravados ao longo da sua curta existência, foram, no decurso de 2002, remediados pelas obras realizadas designadamente ao nível de infiltrações de águas pluviais, pintura, pavimentos e outros", lê-se na apreciação de 2005. Aquele investimento foi de cerca de 600 mil euros e pouco resolveu, na prática.
Por Denise Sousa, in Jornal de Notícias.
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