terça-feira, outubro 23, 2007

Procurador explica-se

O "superior interesse e conveniência do procurador e da Procuradoria" determina a posição do PS relativamente à audição parlamentar de Pinto Monteiro. Esta justificação, ontem avançada ao JN pelo porta-voz dos socialistas, Vitalino Canas, encaixa na disponibilidade manifestada pelo magistrado (através de fonte do seu gabinete) para prestar esclarecimentos aos deputados. É, por isso, certo que amanhã, na reunião da comissão parlamentar, será aprovada a deslocação do PGR à Assembleia da República.

O dirigente da maioria parlamentar fez ainda questão de sublinhar que "o PS não pretende fazer deste assunto um caso político", uma vez que se trata de uma alta figura do Estado.

Também a nova liderança do PSD se mostrou reservada, com Menezes a garantir que nada será feito que "belisque a imagem do procurador-geral da República". Uma declaração reforçada ao JN por Luís Montenegro, da Direcção parlamentar do PSD, ao garantir que será mantido "recato institucional" nesta matéria.

A iniciativa de chamar o ministro e Pinto Monteiro ao Parlamento partiu do CDS-PP, mas ontem só o PCP e o BE admitiram claramente votar a favor da presença do procurador. No requerimento que apresentaram, os democratas-cristãos também manifestam a vontade de ouvir Noronha do Nascimento, o presidente do Conselho Superior da Magistratura, e o ministro da Justiça, Alberto Costa.

O tom de desvalorização da importância das declarações de Pinto Monteiro foi dado pelos socialistas. Primeiro, o deputado Ricardo Rodrigues, da direcção da bancada parlamentar, considerou não haver "nada de novo" na entrevista, que classificou de "tipo privada" e a seguir, José Sócrates, citado pela Lusa, confessou não estar preocupado com o caso, preferindo realçar que "o ministro da Justiça já disse que estava disponível para ir ao Parlamento prestar esclarecimentos".

in
Jornal de Notícias.

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