quarta-feira, junho 06, 2007

Advogados trocam acusações sobre a classe

Marinho Pinto acusado de caluniar a classe da advocacia

Aquece a temperatura na luta para líder dos advogados portugueses. Magalhães e Silva, que na segunda-feira apresentou a sua candidatura a bastonário da Ordem dos Advogados (OA), acusa o seu colega António Marinho Pinto, que também já anunciou a entrada na mesma corrida, de estar a "caluniar" toda a classe profissional. "Não retiro nem uma virgula daquilo que disse", replicou , entretanto, o visado, em declarações ao DN.

Em causa, está uma notícia publicada ontem no DN, a propósito de uma comunicação de Marinho Pinto no conselho distrital de Évora da OA, em que garantiu haver "indícios de que alguns serviços de advogados estão a servir para dar cobertura a actividades menos transparentes de corrupção".

Para Magalhães e Silva, advogado natural do Porto, radicado em Lisboa há bastantes anos (e que foi assessor de Jorge Sampaio na Presidência da República e faz parte do mesmo escritório de advocacia do antigo chefe do Estado), "esta declaração lança sobre os advogados uma suspeita indiscriminada de corrupção, que atinge toda a classe. Emporcalha a classe." Em seu entender, "trata-se de uma afirmação incendiária e inconsequente, que só poderia ter sido feita com indícios seguros, quer quanto a factos, quer quanto aos seus autores." E sublinha: "Até prova em contrário, a afirmação do Dr. António Marinho Pinto é pura calúnia, que os advogados, por certo, repudiarão".

O advogado de Coimbra (e jornalista) não se mostrou intimidado com este comentário, e garante que nem uma linha retira. "Há indícios muito sérios de que alguns advogados dão cobertura a actos menos transparentes de corrupção", corroborou.

Relativamente às afirmações publicadas no DN de ontem, Marinho Pinto esclareceu que em relação ao caso de uma funcionária do conselho distrital do Porto da OA que aufere por ano 50 mil euros, neste momento essa situação já terminou devido à intervenção do actual presidente daquele conselho, Rui Silva Leal. Porém, sublinhou que não eram 50 mil, mas 150 mil euros em questão, e que o marido da tal funcionária auferia mais dois ou três mil euros por ano pela prestação de serviços pontuais.

As eleições para suceder a Rogério Alves na Ordem estão marcadas para Novembro. Menezes Leitão também está na corrida.

Por Licínio Lima, in
DN Online.

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