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Ontem, perto de Lisboa, mais de 500 magistrados reuniram-se num almoço de despedida ao procurador distrital de Lisboa, João Dias Borges, que se jubilou. Era o homem, o procurador do momento, era o motivo do repasto. Mas não esteve sozinho no centro das atenções. Os olhares e cumprimentos concentraram-se também em Maria José Morgado, a procuradora-geral adjunta a quem o chefe máximo do MP, Pinto Monteiro, acaba de dar plenos poderes para coordenar todos os casos de corrupção no futebol português relacionados com o "Apito Dourado".
Muitos quiseram também parabenizar a magistrada, que, a partir de amanhã, se muda do Tribunal da Relação para a Procuradoria para coordenar uma equipa multidisciplinar por si escolhida (que terá nove ou dez elementos, do MP e Polícia Judiciária), mas que, segundo disse ontem o procurador-geral da República (PGR) durante o almoço, ainda "não está completamente formada".
A exigência dos resultados
Maria José Morgado foi mesmo uma das personalidades que subiram ao palanque para falar sobre o procurador distrital de Lisboa. "Dias Borges representa o Ministério Público onde vale a pena trabalhar", realçou a magistrada, sublinhando que o procurador distrital deixa a todos "uma bandeira": a da "obediência à lei mas com exigência de resultados". E Morgado avisou que cabe a todos os procuradores seguir "a obra" de Dias Borges. Que é como quem diz, apresentar resultados. "Temos a obrigação de apresentar publicamente resultados", disse.
Certo é que, no actual contexto, em que se tornou uma espécie de "superprocuradora" para investigar um dos processos judiciais que mais tem agitado o sistema judicial e o futebol português, de Maria José Morgado são mesmo esperados resultados. De forma implícita, a ex-directora adjunta da PJ para a área do crime económico quis assim garantir ao País, aos colegas do MP e ao PGR que pretende apresentar resultados em relação à "obra" que lhe foi confiada por este último. Sentado a uma mesa junto ao palanque, Pinto Monteiro escutava atentamente as palavras da magistrada. "Foi bem escolhida para este processo, como teria sido para qualquer outro. É uma óptima profissional", disse dela, aos jornalistas, Pinto Monteiro.
"Vou pedir-lhe ajuda"
Foi Souto Moura, o antecessor de Pinto Monteiro na Procuradoria- -Geral da República, quem abriu as hostilidades nos discursos. O antigo PGR elogiou o "espírito pragmático" e o "companheirismo profissional" de Dias Borges, que disse ser "um homem de carácter" e um "trabalhador incansável".
João Tiago Silveira, secretário de Estado da Justiça, destacou a "grande competência técnica e seriedade" do procurador distrital de Lisboa. Depois do desembargador Vaz das Neves, foi a vez de Pinto Monteiro dizer de sua justiça. Começou por comparar a saída de Dias Borges do MP a uma eventual saída de Simão Sabrosa do Benfica, "piada" que arrancou sonoras gargalhadas da assistência. Passou depois aos elogios, considerando que, "numa altura em que imperam os comportamentos pronto-a-vestir, uma voz corajosa sempre se ouve". E, para o PGR, Dias Borges é "um homem corajoso e extremamente determinado". Na hora da despedida, Pinto Monteiro fez questão de deixar um aviso ao procurador distrital de Lisboa nos últimos seis anos: "Conto consigo, vou pedir-lhe ajuda."
in DN Online.
Ontem, perto de Lisboa, mais de 500 magistrados reuniram-se num almoço de despedida ao procurador distrital de Lisboa, João Dias Borges, que se jubilou. Era o homem, o procurador do momento, era o motivo do repasto. Mas não esteve sozinho no centro das atenções. Os olhares e cumprimentos concentraram-se também em Maria José Morgado, a procuradora-geral adjunta a quem o chefe máximo do MP, Pinto Monteiro, acaba de dar plenos poderes para coordenar todos os casos de corrupção no futebol português relacionados com o "Apito Dourado".
Muitos quiseram também parabenizar a magistrada, que, a partir de amanhã, se muda do Tribunal da Relação para a Procuradoria para coordenar uma equipa multidisciplinar por si escolhida (que terá nove ou dez elementos, do MP e Polícia Judiciária), mas que, segundo disse ontem o procurador-geral da República (PGR) durante o almoço, ainda "não está completamente formada".
A exigência dos resultados
Maria José Morgado foi mesmo uma das personalidades que subiram ao palanque para falar sobre o procurador distrital de Lisboa. "Dias Borges representa o Ministério Público onde vale a pena trabalhar", realçou a magistrada, sublinhando que o procurador distrital deixa a todos "uma bandeira": a da "obediência à lei mas com exigência de resultados". E Morgado avisou que cabe a todos os procuradores seguir "a obra" de Dias Borges. Que é como quem diz, apresentar resultados. "Temos a obrigação de apresentar publicamente resultados", disse.
Certo é que, no actual contexto, em que se tornou uma espécie de "superprocuradora" para investigar um dos processos judiciais que mais tem agitado o sistema judicial e o futebol português, de Maria José Morgado são mesmo esperados resultados. De forma implícita, a ex-directora adjunta da PJ para a área do crime económico quis assim garantir ao País, aos colegas do MP e ao PGR que pretende apresentar resultados em relação à "obra" que lhe foi confiada por este último. Sentado a uma mesa junto ao palanque, Pinto Monteiro escutava atentamente as palavras da magistrada. "Foi bem escolhida para este processo, como teria sido para qualquer outro. É uma óptima profissional", disse dela, aos jornalistas, Pinto Monteiro.
"Vou pedir-lhe ajuda"
Foi Souto Moura, o antecessor de Pinto Monteiro na Procuradoria- -Geral da República, quem abriu as hostilidades nos discursos. O antigo PGR elogiou o "espírito pragmático" e o "companheirismo profissional" de Dias Borges, que disse ser "um homem de carácter" e um "trabalhador incansável".
João Tiago Silveira, secretário de Estado da Justiça, destacou a "grande competência técnica e seriedade" do procurador distrital de Lisboa. Depois do desembargador Vaz das Neves, foi a vez de Pinto Monteiro dizer de sua justiça. Começou por comparar a saída de Dias Borges do MP a uma eventual saída de Simão Sabrosa do Benfica, "piada" que arrancou sonoras gargalhadas da assistência. Passou depois aos elogios, considerando que, "numa altura em que imperam os comportamentos pronto-a-vestir, uma voz corajosa sempre se ouve". E, para o PGR, Dias Borges é "um homem corajoso e extremamente determinado". Na hora da despedida, Pinto Monteiro fez questão de deixar um aviso ao procurador distrital de Lisboa nos últimos seis anos: "Conto consigo, vou pedir-lhe ajuda."
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