Seriam precisos 1600 elementos para PJ estar equipada, diz ASFIC
A Polícia Judiciária (PJ) tem, neste momento, um "défice superior a trezentos" inspectores. O alerta é do presidente da Associação Sindical dos Funcionários da Investigação Criminal - ASFIC/PJ, Carlos Anjos, que em declarações ao DN diz serem precisos "cerca de 1600 elementos para a polícia efectuar um trabalho minimamente eficaz e estar razoavelmente bem equipada". Contudo, sublinhou, "para funcionar à vontade, de modo a ter o domínio da situação, necessitaríamos de um efectivo a rondar as 1800 pessoas , e estou a ser benemérito".
É que, como lembrou aquele responsável, a lei orgânica para o quadro de investigação criminal da PJ, elaborado pelo anterior ministro da Administração Interna, António Costa, aponta para 2100 vagas. "Neste momento, estamos na prática com 1270 pessoas, o que representa um défice de quase 50%", lamentou Carlos Anjos. "Para cobrir todo o território e face ao aumento da criminalidade violenta e dos crimes mais complexos, é claro que as dificuldades são enormes", reconheceu o presidente da ASFIC.
Desde as alterações à lei da aposentação da Função Pública, com a entrada do PS no Governo, já saíram da PJ cerca de 230 funcionários de investigação criminal das diversas categorias: inspectores, inspectores-chefes e coordenadores da investigação criminal. Antes, a judiciária tinha quase 1500 funcionários. Carlos Anjos lembrou as vantagens da reforma antecipada com a idade de 55 anos ou, em alternativa, após os 36 anos de serviço exigidos por lei, como previsto na anterior legislação. "Basta ver o caso do doutor Gonçalo Amaral que aos 48 anos tem 37 de serviço efectivo. Essas pessoas aposentam-se com o valor da reforma por inteiro, o que no futuro não vai acontecer. Além de só podermos sair para a reforma aos 70 anos, a pensão será mais baixa do que agora. Essa é, portanto, uma das motivações pela qual as pessoas rapidamente se vão embora", referiu.
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