Depois de ontem o DN ter divulgado os dados oficiais dos crimes em 2008, o secretário-geral de Segurança Interna decidiu acelerar a entrega do relatório ao Parlamento e não vai esperar pelos dados da Educação sobre violência nas escolas
O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna vai excluir do Relatório Anual que contém os dados da crimi- nalidade de 2008, as estatísticas da violência escolar, da responsabilidade do Ministério da Educação (ME). O DN soube que o juiz-conselheiro Mário Mendes se terá cansado de esperar pelos dados que o gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues já devia ter entregue no final do ano passado (como aconteceu em 2007).
Nesse ano, o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) teve um capítulo dedicado à "Escola Segura", onde se juntaram os números registados pela Educação, de casos ocorridos no interior das escolas, com os das Forças de Segurança, que tinham os crimes no espaço exterior.
Este ano, contudo, sem que a Educação tivesse apresentado qualquer motivo, estas estatísticas não foram ainda divulgadas.
Recorde-se que, em 2007, o ME criou uma Unidade de Missão e um Observatório para a violência escolar. No final desse ano, Maria de Lurdes Rodrigues esteve ao lado do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, a apresentar resultados. Positivos, por sinal: uma diminuição de 35% em relação a 2006 de casos de violência nas escolas.
O DN já pediu em diversas ocasiões, ao porta-voz do ME esclarecimentos sobre a situação, mas não obteve resposta. Esteve marcada para segunda-feira passada, uma reunião entre representantes dos dois ministérios, para juntar as estatísticas relativas ao ano lectivo de 2007/2008 mas foi adiada uma semana.
A próxima segunda-feira deverá, assim, ser tarde demais e Mário Mendes vai incluir do documento final apenas os dados da PSP e da GNR. Isto porque o "superpolícia" pretende apresentar logo na terça-feira, o RASI ao Gabinete Coordenador Segurança. De seguida, serão os membros do Conselho Superior de Segurança Interna a conhecer em detalhe a evolução da criminalidade de 2008. O mais tardar, no início da próxima semana, será a vez dos deputados receberem o documento e ouvirem as explicações do Governo.
Por Valentina Marcelino, in DN Online
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