São mulheres, têm entre 25 e 44 anos, empregos pouco qualificados e queixam-se de maus-tratos continuados por parte dos maridos ou companheiros. E, nos últimos dois/três anos, são cada vez mais jovens e com um curso superior. É este o perfil das utilizadoras da linha gratuita 800202148, um serviço permanente destinado às vítimas de violência doméstica, que hoje faz dez anos.
Ser grátis, acessível 24 horas e dar apoio sem que as vítimas "tenham que mostrar a cara" são as "mais-valias" da linha apontadas pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Manuel Albano é o técnico da Comissão responsável pelo serviço e revela que uma das principais mudanças ao longo dos dez anos de funcionamento tem a ver com o perfil das vítimas.
"No início ligavam sobretudo pessoas com profissões não qualificadas. Nos últimos dois/três anos ligam muitos quadros superiores, o que denota que, para este grupo, se torna mais fácil utilizar um telefone do que deslocarem-se a um serviço", diz Manuel Albano.
Desde 1998, receberam 115 201 chamadas, 21 % das quais estão directamente relacionadas com violência. É que quase 80% das chamadas são falsas, o que levou a Comissão a criar em 2005 uma primeira linha de atendimento para filtrar os contactos, o que diminuiu para metade os falsos pedidos de ajuda.
Na esmagadora maioria, as queixosas são mulheres (há 2,5% de homens) e em 72,27% dos casos relatam situações de violência física. Refira-se que há 17,80% de denúncias de violência psíquica e 1,33% de agressões sexuais. "Grande parte destas vítimas encontra-se economicamente dependente (domésticas e desempregadas), o que constitui em algumas situações uma das razões para a manutenção da relação abusiva", dizem os técnicos.
Também por parte do agressor, em geral "operários, artífices e trabalhadores similares" e "os trabalhadores não qualificados", existem casos de desemprego, "o que pode constituir um factor de risco para a a ocorrência de violência". Aliás, o volume de chamadas aumenta quando há recessão económica. Entre os que agridem há também um aumento de indivíduos pertencentes a quadros superiores.
A linha vai ser reestruturada no âmbito III Plano Nacional contra a Violência Doméstica (2007-2010).
Por Céu Neves, in DN Online.
Ser grátis, acessível 24 horas e dar apoio sem que as vítimas "tenham que mostrar a cara" são as "mais-valias" da linha apontadas pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Manuel Albano é o técnico da Comissão responsável pelo serviço e revela que uma das principais mudanças ao longo dos dez anos de funcionamento tem a ver com o perfil das vítimas.
"No início ligavam sobretudo pessoas com profissões não qualificadas. Nos últimos dois/três anos ligam muitos quadros superiores, o que denota que, para este grupo, se torna mais fácil utilizar um telefone do que deslocarem-se a um serviço", diz Manuel Albano.
Desde 1998, receberam 115 201 chamadas, 21 % das quais estão directamente relacionadas com violência. É que quase 80% das chamadas são falsas, o que levou a Comissão a criar em 2005 uma primeira linha de atendimento para filtrar os contactos, o que diminuiu para metade os falsos pedidos de ajuda.
Na esmagadora maioria, as queixosas são mulheres (há 2,5% de homens) e em 72,27% dos casos relatam situações de violência física. Refira-se que há 17,80% de denúncias de violência psíquica e 1,33% de agressões sexuais. "Grande parte destas vítimas encontra-se economicamente dependente (domésticas e desempregadas), o que constitui em algumas situações uma das razões para a manutenção da relação abusiva", dizem os técnicos.
Também por parte do agressor, em geral "operários, artífices e trabalhadores similares" e "os trabalhadores não qualificados", existem casos de desemprego, "o que pode constituir um factor de risco para a a ocorrência de violência". Aliás, o volume de chamadas aumenta quando há recessão económica. Entre os que agridem há também um aumento de indivíduos pertencentes a quadros superiores.
A linha vai ser reestruturada no âmbito III Plano Nacional contra a Violência Doméstica (2007-2010).
Por Céu Neves, in DN Online.
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