Dominar sem usar força excessiva ou tirar a arma a um suspeito exige treino intensivo.
Alguns "rambos" das Operações Especiais do Exército, agentes da PSP e seguranças privados estão juntos este fim-de-semana num curso de dois dias de técnicas de defesa pessoal policial que decorre até hoje no Atlético Clube de Moscavide, em Lisboa. No ginásio, os "alunos" aprenderam técnicas para dominar suspeitos sem abusar da força, a algemar um assaltante que resiste à autoridade, ou, ainda, a retirar uma faca ou uma arma de fogo das mãos de um agressor em dois ou três golpes rápidos. O crime violento e a falta de treino para missões especiais nas forças de segurança são o motivo que os leva a pagar do seu bolso o curso que é feito em dias de descanso.
Durante dois dias, treinam um combinado de técnicas de defesa como a israelita krav maga, o kickboxing ou a arte marcial muay thai. Este é "o segundo curso que se realiza em Portugal" - o primeiro foi em 2009 - explicou ao DN o mestre em defesa pessoal policial Sérgio Parreira, cabo da GNR (...). O curso é homologado pela organização Martial Arts Police Methods e pela Associação Portuguesa de Técnicas de Defesa de Combate Urbano.
"Este curso de dois dias são 20 euros. Mas temos de o fazer no nosso tempo pessoal e somos nós a pagar", reclamou um agente das Equipas de Intervenção Rápida da PSP de Lisboa. "Hoje saí às 07.00 da manhã do meu turno e vim para o curso às 09.00 num dia de folga. Em cinco anos de polícia só tive uma vez formação em técnicas de defesa pessoal", acrescentou outro agente.
Os militares do Exército aderiram também, porque "não têm formação específica em técnicas de defesa pessoal", que se torna necessária "quando querem concorrer à PSP ou GNR ou quando vão em missões para o estrangeiro", adiantou Sérgio Parreira. O mesmo é válido para os seguranças privados. Dos 20 homens que se inscreveram no curso, seis são do Exército, quatro da PSP e os restantes, vigilantes profissionais.
O mestre Sérgio Parreira e os outros três instrutores (um de krav maga, outro de capoeira e jiu jitsu e um terceiro perito em kickboxing) distribuíram-se pelo ginásio. "Vá, vamos algemar!", gritava Sérgio, demonstrando as técnicas. Depois pegou em facas, pistolas e paus (de imitação) para mostrar como se tiram as armas a um "durão" dos assaltos.
David Oliveira, 29 anos, e André Gaspar, 23 anos, "patrulheiros" das Divisões de Sintra e Oeiras da PSP, contam que tentaram "arrastar" mais colegas para irem ao curso. Em vão. Nem todos os agentes estão dispostos a pagar do seu bolso ou a abdicar de uma folga. Mas os que estão ganham com o sacrifício.
1 comentário:
Na PSP há "patrulheiros" ou há agentes da policia de segurança publica?
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